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Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil
No dia 26 de outubro, os moradores de Brasília e de nove cidades do entorno do Distrito Federal não receberão mais o sinal analógico de televisão. A partir deste dia, quem não tiver feito a adaptação para receber o sinal digital ficará sem a programação de televisão aberta.
O prazo não deve ser adiado, pois o cronograma de digitalização do sinal na região segue conforme o esperado. A última pesquisa para verificar quantas pessoas já tinham feito a adaptação para receber o sinal digital, realizada no final de agosto, mostrou que 85% dos moradores da região já tinham feito a conversão.
“Os outros 15% são o percentual das pessoas que deixam para a última hora. Esse número é muito bom, mas estamos trabalhando para que ele seja o menor possível na data do desligamento”, explica Antônio Marteletto, presidente da Seja Digital, que é a entidade responsável pela transição da TV aberta analógica para a fase digital.
Uma nova pesquisa será feita mais perto do prazo do desligamento do sinal analógico. A exigência do Grupo de Implantação da TV Digital (Gired) é que pelo menos 93% dos domicílios estejam recebendo o sinal digital para que o analógico seja desligado. O Gired é formado por integrantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), do Ministério das Comunicações, de radiodifusores e de operadoras de telefonia.
Até agora, a entidade já distribuiu no Distrito Federal e entorno 265 mil kits para para a captação da TV digital para beneficiários do Bolsa Família e do Cadastro Único de programas do governo federal. O número corresponde a cerca de 70% do total de kits que devem ser distribuídos na região.
“A gente imagina que o maior volume de distribuição desses kits que faltam vai ser alcançado depois de desligar o sinal analógico. Pessoas que não estão informadas, ou deixaram para buscar no momento de necessidade”, diz Marteletto. Além de Brasília, o sinal analógico será desligado em nove cidades do entorno do Distrito Federal: Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás.
O kit, composto por antena e conversor digital, permite o acesso ao sinal digital mesmo nos televisores mais antigos depois do desligamento do sinal analógico na capital federal. No total, serão distribuídos 374 mil conversores em Brasília e nas outras cidades do entorno. Desses, 160 mil são para beneficiários do Bolsa Família, que têm o recurso de interatividade e 214 mil são para integrantes de um dos programas do Cadastro Único, que vão receber conversores mais simples, sem a opção de interatividade.
Experiência de Rio Verde
A primeira cidade que teve o sinal analógico totalmente desligado foi Rio Verde, em Goiás, em fevereiro deste ano. Lá, o percentual mínimo de casas que estavam recebendo o sinal digital não foi atingido na data estipulada para o desligamento analógico, e o prazo foi ampliado para algumas emissoras.
Marteletto diz que no Distrito Federal a situação não deve se repetir, e a expectativa é que o percentual seja atingido no prazo. “O piloto de Rio Verde foi um aprendizado para todos nós, então quando chegou a Brasília, conseguimos multiplicar as ações que fizemos lá. E como já tínhamos um conhecimento, conseguimos trabalhar melhor o planejamento”, explica.
O presidente da Seja Digital diz também que, em Rio Verde, o percentual de kits distribuídos para famílias de baixa renda só chegou a 66% no final do processo e, em Brasília, está em 70% a um mês de acabar o prazo. Além disso, o número de pessoas procurando comprar conversores ou televisores mais novos, que já recebem o sinal digital, está aumentando, segundo monitoramento da Seja Digital.
Edição: Graça Adjuto