Foto: Reprodução/ Facebook
João do Carmo sofreu maioria dos ferimentos nas costas e membros. Polícia afirma que bala foi recolhida e será analisada; suspeito segue preso.
Cidades-DF>> Correio Braziliense
A Polícia Civil informou que o jornalista João Miranda do Carmo, de 54 anos, que foi morto em Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal, foi alvejado por 13 tiros. De acordo com o delegado Pablo Santos Batista, responsável pelo caso, o laudo cadavérico mostra que a maioria dos ferimentos ocorreu nas costas, tórax, pernas e braços. “Com isso, a gente acredita que a vítima tentou fugir dos criminosos”, disse ao G1.
João foi morto dentro de casa no último dia 24. Conforme as investigações, um Fiat Palio de cor vermelha foi usado pelos criminosos. A polícia suspeita que se tratavam de duas pessoas, que chamaram a vítima, atiraram e fugiram em seguida.Um servidor público de 40 anos está preso por suspeita de ligação com o crime, mas nega qualquer envolvimento.
Segundo o delegado, além do exame cadavérico, também foi concluído na quarta-feira (3) o laudo da cena do crime, que mostrou que o jornalista foi baleado dentro do quintal, a curta distância.
“Além disso, um projétil foi encontrado encravado em uma parede, totalizando assim pelo menos 14 tiros. Como a bala aparentemente é de revólver, ou foram usadas duas armas ou houve tempo hábil de remuniciar, já que cada uma tem capacidade para oito tiros, em média”, explicou.
Batista destacou que agora a bala será periciada. “Esse projétil que foi recolhido será encaminhado para o exame de balística, com o objetivo de investigar mesmo se é proveniente de um revólver e também para confrontar com outros crimes registrados na cidade”.
Ameaças
João trabalhava há 15 anos na cidade, e há quatro tinha um site de notícias locais chamado "SAD Sem Censura". No portal, há várias notícias policiais e outras relacionadas a problemas da cidade, como falta de asfalto e coleta de lixo.
Em 2014, o carro dele foi incendiado. Um amigo do jornalista disse que ele estava recebendo ameaças há seis meses. “Ele relatou que estava sendo ameaçado depois das últimas duas postagens que fez, inclusive nas redes sociais. Ele relatou de forma audível que estava com medo das tantas ameaças que estava recebendo”, disse o estudante Jonas Batista.
Conforme o delegado, o servidor preso, que é chefe da Guarda Patrimonial da prefeitura da cidade, teria ameaçado João antes do crime. As intimidações foram provocadas por vingança em virtude de o profissional noticiar em seu site a prisão do irmão do suspeito
Assim, Batista diz que a principal linha de investigação é vingança, motivada por cunho político, já que a vítima pretendia concorrer ao cargo de vereador nas próximas eleições, ou por fazer denúncias por causa de sua profissão. “Mas nenhuma possibilidade está descartada”, ressaltou.
Sumiço de testemunha
O delegado diz que a polícia ainda apura o desaparecimento de uma suposta testemunha do crime. Um homem, que também viu o homicídio e está colaborando com informações, alertou para a situação.
“Continuamos investigando o sumiço dessa possível testemunha do crime, pois ela teria sido flagrada pelo atirador e sido levada para algum local desconhecido. Aí ainda não sabemos se ela está viva, morta, ou se foi ameaçada e obrigada a ir embora. Tudo segue sem novidades”, explicou.