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Chefe da segurança de prefeitura nega ter assassinado jornalista
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Publicado em 29/07/2016

Foto: Reprodução - Na última sexta-feira, o jornalista postou um vídeo em que o prefeito aparece dando dinheiro a uma funcionária em frente ao fórum da cidade

Crime, que teria motivações políticas, aconteceu no último domingo, em Santo Antônio do Descoberto. João Miranda tinha um site de notícias e publicava denúncias contra o prefeito

Cidades-DF>> Correio Braziliese

 

O chefe da segurança dos órgãos municipais de Santo Antônio do Descoberto e braço direito do prefeito Itamar lemes prado prestou depoimento sobre a morte do jornalista João Miranda do Carmo, 54 anos, na manhã desta quinta-feira (28/7). Preso após ser reconhecido por uma testemunha, Douglas Ferreira de Moraes, 40 anos, negou que tenha participado da ação. O jornalista morreu no último domingo (24/7) em frente a casa onde morava. Ele atendeu a porta e foi surpreendido com 22 tiros. Sete o atingiram.

 
Douglas teve a prisão preventiva decretada após ser reconhecido por uma testemunha. Levado para o presídio da cidade, distante 49km de Brasília, ele deverá ficar preso por 30 dias. A prisão pode ser prorrogada por mais 30. Quando conversou com o delegado, o funcionário da prefeitura garantiu que era amigo de João Miranda, e que não faria isso com ele. A Polícia Civil de Goiás trabalha com a hipótese de crime encomendado, possivelmente envolvendo adversários políticos.
 
João Miranda era proprietário de um site de notícias e publicava diversas denúncias, inclusive contra o prefeito da cidade, Itamar Lemes Prado (PDT) — também havia reportagens sobre tráfico de drogas na região. O jornalista sofria ameaças e, no início do ano, teve o carro incendiado. Além do trabalho no portal S.A.D. sem censura, a vítima tinha um cargo no gabinete do vice-prefeito, Valter da Guarda Mirim. Ambos estavam sem função oficial no Executivo municipal, pois Itamar e Valter tiveram desavenças e romperam.
 
Ontem, o prefeito da cidade comentou o caso pela primeira vez. Ao Correio, Itamar disse desconhecer as motivações do crime. Questionado sobre as denúncias do jornalista contra ele, disse apenas que eram “infundadas”. “Eu não posso confirmar se o assassinato é político. Ele (o João) denunciava todo mundo: político, delegado e traficante. Eu cobrei providências da investigação. O criminoso tem de ser preso. Está tendo muita violência na cidade e não temos policiais o suficiente para investigar tudo”, disse. “Estou tranquilo e à disposição da Justiça e do Ministério Público”, concluiu.
 
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