Foto: Reprodução - Facebook. João Miranda levou sete tiros na porta de casa: execução na noite do último domingo. A vítima tinha 54 anos e usava site de notícias para denúncias
Apesar de não descartar a hipótese de crime político, a polícia desconfia que o assassinato do jornalista João Miranda em Santo Antônio do Descoberto tenha relação com denúncias ligadas ao irmão do principal suspeito do crime. Ele está preso desde quarta-feira
Cidades-DF>> Correio Braziliense
Duas hipóteses se fortalecem à medida que avança a apuração sobre o assassinato do jornalista João Miranda do Carmo em Santo Antônio do Descoberto. A primeira delas recai sobre um possível acerto de contas praticado contra a vítima, que frequentemente fazia denúncias em um site de notícias. Apesar de ter perdido fôlego, a segunda suposta motivação para o crime passa por desentendimentos políticos. Até o momento, está preso Douglas Ferreira de Morais, 40 anos, o principal suspeito do homicídio, segundo a polícia. Ele tem relação com as duas linhas de investigação.
Até ontem, Douglas exercia a chefia da Seção de Segurança Patrimonial do município. Além disso, ele é irmão de um suposto traficante denunciado por João Miranda em diversas reportagens publicadas no S.A.D sem censura. “Ele (Douglas) tinha motivo para cometer o crime, encontramos indícios e, por isso, foi preso. Ainda assim, é muito prematuro afirmar que ele matou o João em defesa do Dinápole Ferreira de Morais (irmão)”, afirmou ontem o titular da delegacia de Santo Antônio do Descoberto, Pablo Santos Batista.
Segundo a investigação, Douglas dirigia o Palio que ficou estacionado na porta da casa de João Miranda, local da execução, na noite do último domingo. No total, os assassinos atiraram 22 vezes. Sete disparos mataram a vítima. O irmão do ex-chefe da segurança da cidade — Douglas foi exonerado — está preso desde o início do ano como suspeito de ter cometido um homicídio e tentado praticar outro. Dinápole era alvo frequente de denúncias veiculadas no portal do jornalista e teria relação com a morte de uma jovem de 20 anos na cidade. A notícia sobre o assassinato dela foi a última postagem de João Miranda, morto dois dias depois. O delegado Pablo Batista confirmou ao Correio que é apurada a ligação entre os dois homicídios.
Em depoimento, Douglas negou todas as acusações. Alegou estar na casa de uma irmã no momento do crime. Ele deve ficar preso por pelo menos 30 dias. O prazo é prorrogável, pois se trata de crime hediondo. O acusado também disse que, embora fosse funcionário de confiança da Prefeitura, não tem relação próxima com o prefeito, Itamar Lemes Prado (PDT).