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Com políticos sob suspeita, polícia ouve parentes de jornalista assassinado em Santo Antônio do Descoberto
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Publicado em 26/07/2016

Foto: Reprodução - Rua em que morava o jornalista João Miranda do Carmo: morto na porta de casa

 

Morto com sete tiros, João Miranda do Carmo era dono do site de notícias locais S.A.D sem Censura, de Santo Antônio do Descoberto (GO). O veículo destacava denúncias de irregularidades na administração municipal

Cidades-DF>> Correio Braziliense

 

Dois dias após o crime, a Polícia Civil de Goiás começa a investigar, de fato, o assassinato de um jornalista no Entorno do Distrito Federal. Dois parentes da vítima prestam depoimento na manhã desta terça-feira (26). Até agora, a principal linha de investigação é uma morte sob encomenda, motivada por questões políticas. João Miranda do Carmo, 54 anos, era dono do site de notícias locais S.A.D sem Censura. Com sede em Santo Antônio do Descoberto (GO), o veículo destacava denúncias de irregularidades na administração municipal.

 

Um dos principais alvos das matérias publicadas por João do Carmo era o governo do prefeito Itamar Lemes do Prado. O site também não poupava críticas aos altos índices de criminalidade na cidade. Costumava mostrar em manchetes os crimes relacionados ao tráfico de drogas.João, segundo amigos e parentes, pretendia ingressar na política este ano, disputando uma vaga para vereador na cidade pelo PCdoB.

João morreu domingo (24). Ele estava em casa quando alguns homens chegaram em um Fiat Palio de cor vermelha, chamaram ele na porta de casa e atiraram. João acabou recebendo sete balas. Os suspeitos fugiram. Apesar de o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ter sido acionado, quando chegou ao local, João já estava morto.

Responsável pelo caso, o delegado Pablo Santos Batista quer saber o teor de ameças ao jornalista: " Vamos ouvir testemunhas para saber se ele estava sendo ameaçado ou se teve alguma desavença com alguém por causa da profissão que possa ter motivado o crime."

Reação

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lamentaram o assassinato e ressaltaram, que, além da punição dos responsáveis, é necessário que empresas de comunicação e forças de segurança do país implementem medidas preventivas.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) disse que “é inadmissível que, em um país democrático, um jornalista seja friamente assassinado por sua atuação profissional ao cumprir a função de informar o cidadão. Esse tipo de violência coloca em risco um dos direitos fundamentais da sociedade: a liberdade de expressão.”

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