Foto: Reprodução- Denise diz que ainda há espaço para quedas nos valores fixados nas bombas: "Seria bom se voltasse para os R$ 3"
Queda decorreu da intervenção promovida pelo MPDFT e pelo Cade, que desmontaram o cartel liderado pela rede Cascol, que, há pelo menos 20 anos, lesava os consumidores
Cidades- DF>> Correio Braziliense
A intervenção do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) nos postos de combustíveis do Distrito Federal para dar fim ao cartel que, há pelo menos 20 anos, lesava os consumidores, está dando resultados. O litro da gasolina já está sendo comercializado a R$ 3,37 em vários estabelecimentos. É o menor preço desde janeiro de 2015, quando estava em até R$ 3,20. Mas os consumidores que quiserem encher o tanque devem pesquisar bem. Os valores variam muito e podem chegar a R$ 3,68.
O recuo do preço da gasolina foi comemorado pela operadora de call center Denise Almeida, 57 anos. “Para quem pagava quase R$ 4 há alguns meses, é um alívio muito grande”, vibrou. Em março, mesmo após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) com a Cascol, suspeita de combinar preços e dona de cerca de 30% de todos os postos no DF, o litro ainda era vendido por até R$ 3,99. Ou seja, em relação a esse valor, os R$ 3,37 representam queda de 15,5%.
Comemorações à parte, Denise ainda não está totalmente satisfeita. Para ela, comparado ao preço que abastecia em janeiro de 2014, de R$ 3, a gasolina segue exorbitante. “Mensalmente, gasto mais de R$ 400 com combustível. É muita coisa”, disse ela, que teme pelo aumento dos impostos sobre a gasolina que vem sendo estudado pelo governo. O pedreiro Paulo Henrique Barreira, 35, acredita que há espaço para o valor cair mais. “Se for para R$ 3,20 já estará bom”, afirmou.
A satisfação com o preço mais baixo não ficou restrita aos consumidores. Gerente de um posto que passou a cobrar R$ 3,37 desde domingo, Antônio Oliveira calcula que o número de consumidores subiu nos últimos dois dias 300% em relação ao início do mês, quando o valor cobrado era de R$ 3,53. “O número de pessoas vindo abastecer me surpreendeu. Espero que o movimento continue assim por mais tempo”, vibrou.
Incertezas
Apesar das expectativas de consumidores e funcionários de postos de combustíveis da Cascol por mais redução de preços, tal movimento passa, a partir de hoje, a ser rodeado de incertezas. Isso porque o prazo de seis meses fixado pelo TAC para limitar o lucro da empresa em 15,87% expirou ontem. No entanto, a rede continuará sob intervenção do Cade até 12 de outubro, o que ajuda a alimentar as esperanças por mais reduções. Isso porque o preço da gasolina começou a cair em 14 de abril, após o administrador Wladimir Eustáquio Costa assumir como interventor.