O Ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou nesta terça-feira (28), no Palácio do Planalto, que os Correios correm "contra o relógio" para evitar a privatização.
Segundo Kassab, a estatal necessita de um profundo corte de gastos para não ser privatizada. "Não temos saída", declarou. Devido à crise financeira, os Correios abriram um plano de demissão voluntária e passaram a fechar agências pelo país.
O ministro se diz contrário à privalização e afirma que o governo está fazendo "todo o esforço" para evitar. "É uma constatação difícil. Sou contra a privatização, mas não há caminho", declarou.
Kassab disse que o governo não tem recursos para investir nos Correios. Segundo ele, ao assumir o ministério, o déficit anual da estatal era de R$ 2 bilhões.
"Nós não temos saída: ou nós promoveremos o equilíbrio rapidamente ou nós vamos caminhar para um processo de privatização", declarou.
De acordo com Kassab, a situação da empresa é resultado de "má gestão".
"Má gestão é loteamento, corrupção, não encontrar receitas adicionais, não cortar para manter equilíbrio. A empresa corre contra o relógio", declarou.
Kassab deu as declarações depois de participar, no Palácio do Planalto, da cerimônia de sanção da Lei de Revisão do Marco Regulatório da Radiodifusão.
Em 10 de fevereiro, em entrevista ao G1, Kassab descartou qualquer venda de participação nos Correios durante o atual governo, mas disse que “no futuro, com certeza, vai ter participação de capital privado”.
Na ocasião, ele afirmou que os Correios iriam reverter os sucessivos prejuízos registrados em 2015 e 2016.